Sempre ouvi falar da emoção em receber um prêmio, mas não imaginava o que isso significava. No último sábado, pude comprovar que é muito mais do que falavam. Receber esse ‘agrado’ é um afago na alma, um cafuné no espírito, um beijo no ego. E pra mim foi a celebração de uma luta diária para tentar conquistar espaço na tão difícil e suada carreira jornalística.
O dia começou tão tenso, que quase desisti de comparecer a entrega dos troféus. Minha cabeça não conseguia pensar em outra coisa. Será que ia conseguir? O que dizer no momento? A quem agradecer? E se não fosse agraciada? Eram tantas questões que perambulavam em meus pensamentos ...
Tinha a convicção de ter feito um trabalho excelente, mas não podia desdenhar as outras produções de jornalistas que, assim como eu, deram sangue para poder transformar fatos em textos. Os temas abordados eram diversos e ninguém poderia imaginar o que os jurados levariam em consideração no momento de escolher o grande vencedor.
Lembro-me da conversa com minha amiga Láyra Santa Rosa, que durante a manhã acompanhou uma palestra com a comissão julgadora e saiu confiante de que meu trabalho estava entre os três primeiros colocados. Foi ela a responsável pela minha ida a premiação e quem deu o pontapé inicial na noite de comemoração.
Ainda tive forças para me produzir, mas o corpo só pedia para ficar em casa. Tinha medo de decepcionar meus amigos, colegas de trabalho, noivo, família. Mas tinha um medo maior que era de sair decepcionada com meu trabalho. Saí desacreditada e por mais que eu me esforçasse, não conseguia esconder minha preocupação.
As horas no aguardo do anúncio foram as mais demoradas. O relógio parecia girar ao contrário. O momento era de festa, mas eu não conseguia me sentir bem, tranqüila. Olhava constantemente para o palco, na expectativa de perceber uma movimentação que desse como aberta a solenidade.
E foi neste momento que senti meu coração saindo pela boca. Os anúncios começaram e minha vontade era sumir. Na categoria em que concorria foram anunciados o terceiro lugar e em seguida, o segundo. E cada vez eu sentia o prêmio escapulir. Só faltava o primeiro lugar. Lembro que no momento em que iria ser divulgado minha mente dizia: aparece meu nome, aparece meu nome...
E apareceu. O que senti? Algo inexplicável. Era inacreditável. Minha alma saiu do meu corpo, levitei. Os segundos que percorri até o palco pude ouvir gritarem meu nome. Era bom demais para ser verdade. O choro não pude conter. A emoção era grande demais. Eu tinha sonhado com tudo aquilo, mas até a noite anterior, tudo não passava de um sonho, que acabava quando o dia amanhecia. Mas desta vez, o sonho tornou-se realidade.
Eu ficava imaginando o que dizer caso ganhasse. Odeio falar em público, mas sabia que o primeiro lugar não poderia deixar de dizer algumas palavras. Só lembro de ter agradecido ao CadaMinuto e ter dedicado o prêmio ao meu pai, que já não está mais neste plano. Era pra ele que queria receber esse prêmio e dedicar a minha vitória. Foi uma promessa que felizmente consegui cumprir.
Mas tinham outras coisas para serem ditas, que com o nervosismo e a emoção não puderam ser propagadas. Então aproveito agora para dizer aquilo que gostaria de mencionado, mas que no calor da alegria não me vi em condições de dizer.
Esse prêmio não é apenas meu, mas de toda a equipe do CadaMinuto. Ao meu chefe, Carlos Melo, que acredita em meu trabalho e na minha competência. Aos colegas de redação Teresa Cristina, Emanuelle Oliveira, Gilca Cinara, Michelle Farias, Alana Berto, Jonathas Maresia, Luiz Villar, Elayne Lopes, Cristiana Melo, Cássia Barros.
É uma conquista que dedico ao meu noivo Rodrigo Rocha, repórter cinematográfico da TV Pajuçara que está ao meu lado nos melhores e piores momentos de minha vida. Que é meu exemplo de vida, por toda sua história de luta e amor a profissão.
É também dedicado a minha família. Minha mãe Eliane, meus irmãos, Karinne e Lucianno, minha sobrinha Kalinne. E todos aqueles que acreditam em mim e torcem pelo meu sucesso.
Mas em especial, deixo meu agradecimento a minha incentivadora e amiga que me ajudou desde a idéia inicial da matéria até sua conclusão: Láyra Santa Rosa. Obrigada por acreditar em mim e pela sua amizade. Obrigada por me dizer ‘você pode’, ‘não desista’, ‘eu confio no seu trabalho’. Suas palavras foram asas que me ajudaram a voar.
E novamente, ao meu pai, dedico esse prêmio. Sei que Deus o levou muito cedo, mas tenho a plena certeza de que onde ele estiver sentirá orgulho de mim.
Obrigada por ser escolhida como o 1º lugar, na categoria Web Jornalismo, do Prêmio Octávio Brandão 2011. Garanto que no próximo ano quero bis.